Publicação do INCA mostra que novos hábitos e ações integradas em saúde podem mudar quadro que preocupa pesquisadores e afeta recursos do SUS
O INCA estima que os gastos totais com três tipos de câncer (mama, colorretal e endométrio, entre os mais incidentes do País) serão de R$ 2,5 bilhões em 2030 e R$ 3,4 bilhões, em 2040. As despesas abrangem procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados no SUS em pacientes oncológicos com 30 anos ou mais. O quadro só poderá mudar com mudanças e ações integradas.
Os dados constam da publicação Sumário executivo: gastos federais atuais e futuros com os cânceres atribuíveis aos fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e atividade física no Brasil, que será lançada durante o webinar (seminário virtual) “Atividade física no controle de câncer: recomendações e impactos econômicos no SUS”, evento que será transmitido ao vivo pela TV INCA, sexta-feira, 29, às 9h30, como parte das comemorações do Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril).
Além da publicação, serão apresentados mais dados sobre o custo econômico da inatividade física e de outras exposições (como o consumo de bebida alcoólica, o excesso de peso corporal e o não aleitamento materno) no tratamento de câncer, observados pela Coordenação de Prevenção e Vigilância (Comprev) do INCA, e também as recomendações de atividade física para prevenção e controle de câncer, definidas por meio da parceria institucional entre as sociedades brasileiras de Oncologia Clínica (Sboc), de Atividade Física e Saúde (Sbafs) e INCA.
O Ministério da Saúde lançou recentemente o Guia de Atividade Física para a População Brasileira e reconheceu a importância de tornar a atividade física uma política de Estado, a partir da criação e fortalecimento de políticas públicas estruturantes e baseadas em evidências.
O INCA, por sua vez, alinhado com diferentes instituições que atuam na prevenção e controle de câncer em âmbito global, tem investido em pesquisas e apoio a ações relacionadas à atividade física.
O aumento da prática de atividades físicas pode gerar uma economia de até R$ 20 milhões com o tratamento do câncer em 2040. Para isso, cerca de um terço da população brasileira precisa realizar ao menos 150 minutos de exercícios físicos por semana, até 2030.
“Os benefícios do movimento são para qualquer pessoa, independentemente de atingir a meta de 150 minutos por semana. Uma dica importante, para que seja algo natural, é buscar por práticas que dão prazer e que sejam feitas próximas de casa ou do trabalho. Essas ações valem para a prevenção de novos casos de câncer e também para quem está em tratamento ou já teve a doença”, afirma Fabio Carvalho, da Comprev.